domingo, 12 de abril de 2015

«Asas servem p’ra voar»



Esta foi uma das frases que mais me acompanhou ao longo dos últimos anos. Esta vontade de conhecer o mundo, de sonhar o impossível, de ir… Ir mais além, ir para onde os sonhos me levarem. E, depois, esta necessidade de ficar junto daqueles que me são mais queridos, próximo dos “meus”. Este aperto no coração cada vez que vou e a necessidade de voltar, sempre, para casa. Aquilo a que muitos chamam saudade; eu chamo amor. Conjugar um coração independente com o amor incondicional que liga uma família nem sempre é fácil. Durante anos, estes sentimentos – por serem tão ambivalentes – despertavam apenas rebeldia. Mas, cresci e aprendi que posso zarpar para onde os sonhos me levarem porque tenho sempre a minha âncora bem segura na Família, no Amor e nos Amigos. Estes são o meu porto de abrigo: os que partilham a brisa suave da maré baixa num dia de sol e os que não me deixam naufragar quando a tempestade chega. Aprendi que os ventos sopram, por vezes, com muita força, mas quando somos abraçados por quem nos quer bem, não há vento ou onda gigante que nos tire do lugar. Lutei contra ventos e tempestades a vida toda e esta âncora permitiu-me continuar em frente, sempre. Além disso, a minha família é, verdadeiramente, como um bando de andorinhas: voamos sempre juntos, na mesma direção, fugindo das tempestades em busca da luz do sol. Somos quatro e seremos sempre quatro, aconteça o que acontecer. E, de cada vez que a vida nos põe à prova, voamos com mais força. E a vida já nos pôs à prova tantas vezes!!! Continuar, assim, unidos é, por isso, um orgulho. E, agora, mais uma vez, estamos a dobrar o Cabo das Tormentas. A vencer, juntos, o cancro – esse bicho que se instalou repentinamente nas nossas vidas e nos fez questionar tudo. Mas, venceremos! E, se porventura não vencermos, tal como o meu pai repete incessantemente: «Por morrer uma andorinha não acaba a Primavera». Não acabará, nunca! Enquanto esta âncora permitir que o barco não se afunde e enquanto houver paraíso para as andorinhas migrarem!

Ficou perfeita. Em cada elemento está a minha história.

Trabalho realizado pelo Gui, da Art of Ink (Blog: http://tatuandohistorias.blogspot.pt/)

Um comentário:

  1. Muito Obrigado pela oportunidade que me deste de tornar ainda mais forte (e eterna) a tua coragem...
    Até breve !

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